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NotíciasResgate de piloto na Amazônia e a falta de serviços de controle de tráfego aéreo07/03/2021

Ontem (06/03/2020) o aviador Antônio Sena foi localizado e resgatado com vida, em uma área da mata, localizada entre os municípios de Alenquer e Almerim, no Pará. 

O caso ganhou grande repercussão, pois assim que o avião sumiu, os irmãos criaram uma campanha para reforçar as buscas e foram eles que encontraram a pista que levou a achar Antônio com vida. A perícia do piloto proporcionou a chance dele pousar em um Igarapé mesmo em emergência, salvando-se.

A vontade pessoal, sua sorte, comunidades de catadores de castanhas e um rádio amador, somadas à crença na sobrevivência do piloto pela sua família - que não desistiu das buscas - fez com que Antônio Sena fosse encontrado vivo e resgatado da mata.

Aviadores experientes que operam no local há décadas afirmam que a região é bastante perigosa: cachoeiras, mata densa, onças pintadas e pretas, sucuris. Ainda assim, Antônio encontrou os meios para se manter vivo.

A FAB já havia encerrado as buscas mas a família e amigos continuaram a procura-lo.

Foram 36 dias na mata.

Além do lado corajoso do piloto, o que fica dessa história é a comprovação do abandono da nossa aviação no país. De modo geral, o Brasil simplesmente não se mantém conectado sem a enorme frota de aeronaves leves, que vão muito além das pouco mais de 100 cidades ligadas pela aviação comercial regular. Mas a operação dessas aeronaves de pequeno porte no Brasil continua tão precária quanto há 60, 70 anos. Paga-se por serviços de "controle de tráfego aéreo" que não são prestados.

Quando voando abaixo de 10, 11 mil pés, a verdade é que continuamos a nossa própria sorte, apesar de no final do mês, chegarem faturas cobrando por serviços de uso da infraestrutura de controle de tráfego aéreo.

A pergunta que fica é exatamente por qual infraestrutura a aviação leve paga, quando se trata de controle de tráfego aéreo? 

Quando contatamos órgãos de controle repetimos todas as vezes os dados dos nossos planos de voo, porque esses planos não são conhecidos dos controladores. Num voo de 2, 3 horas, são pelo menos 2 ou 3 repetições, informando aquilo que supostamente o controle deveria saber. 

Na grande maioria dos casos, o serviço prestado é exclusivamente de informação, não de efetivo controle ou vigilância. Se isso não bastasse, na maior parte dos casos, a orientação é sempre a mesma: "Serviço encerrado, monitore a frequência do centro. Bom voo". 

Ora, se não há serviços sendo prestados, por que as faturas chegam? O exemplo do piloto Antônio é mais um para uma lista enorme de sobreviventes achados por agricultores, ribeirinhos, fazendeiros ou policiais locais. 




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