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Notícias“Intenção de fechamento do Campo de Marte”: desconhecimento ou politicagem?16/01/2019

A comunidade aeronáutica ficou estarrecida, na semana passada, em função de declarações dadas pelo governador de São Paulo, João Dória Jr. ao UOL e ao O Antagonista. Segundo o governador, "Não faz o menor sentido que ali funcione pousos e decolagens de aeronaves. Vocês são testemunhas dos acidentes que já aconteceram ali, fatalizando (sic) vidas não só de pilotos, copilotos e passageiros, mas também de habitantes da região norte da cidade com a queda de aviões nesta área”..."A própria pista do Campo de Marte não precisa ser destruída. Ela será utilizada para [a instalação de] quadras poliesportivas.

Sabemos que no Campo de Marte há escolas de aviação, oficinas, hangares de atendimento e suporte aeroportuário, a base do grupamento aéreo da Policia Militar do Estado de São Paulo, bem como um conjunto significativo de empresas que o tornam um equipamento aeroportuário muito relevante para a economia da cidade, do estado e do pais. Esse papel só não tem sido ainda mais relevante porque procedimentos de pouso e decolagem por instrumentos não se encontram – ainda – homologados. Este é um tema que a nossa Associação, com as autoridades aeronáuticas competentes, tem trabalhado há algum tempo, tendo como objetivo a sua implantação, o mais rapidamente possível.

O Campo de Marte não é diferente de nenhum outro aeroporto executivo e de aviação geral, seja em Miami, Chicago, Los Angeles, Teterboro, London City, Le Bourget, entre tantas outras centenas: se prestam às operações de aviação geral e executiva e são localizados em centros urbanos.

Esses aeroportos, pela sua natureza, são cercados pelas cidades que atendem, como aliás, todos os outros aeroportos da própria região metropolitana de São Paulo: Congonhas, Cumbica, Viracopos, Sorocaba, Jundiaí, Santos e São José dos Campos. E, sem exceção, só operam porque cumprem rigorosamente as normas de segurança em vigor.

Extrapolando o raciocínio do governador, dado que a densidade populacional dos arredores de Congonhas é muito maior do que do Campo de Marte e, tendo em vista que em Congonhas também ocorreram terríveis e lamentáveis acidentes, com centenas de vítimas fatais (o que é bem diferente dos casos do Campo de Marte, de proporções muito menores), deveríamos então acreditar que Congonhas deve ter seu fechamento proposto pelo Governador?

O argumento usado pelo é totalmente ilógico e não tem nenhum fundamento na realidade.

A AOPA Brasil repudia a ideia de fechamento do Campo de Marte, já solicitou audiência com o governador para explicar o que se pode fazer para que o Campo se torne ainda mais atrativo e útil para a cidade e para a aviação. Da mesma forma, já expressamos a nossa opinião a todas as demais autoridades aeronáuticas brasileiras, que em sua grande maioria, têm a mesma opinião, diferente da do governador.

Então, a não ser que existam outras razões que não se podem ser reveladas ao público, a intenção de fechamento do Campo de Marte só pode ser fruto de desconhecimento ou de pura politicagem.




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