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NotíciasIncidente em Congonhas: ABEAR dá opiniões infundadas.10/10/2022

Há uma máxima que diz que para todo problema complexo, sempre há uma solução simples, rápida e errada

As supostas opiniões emitidas pela ABEAR - Associação Brasileira das Empresas Aéreas a respeito do incidente ocorrido com aeronave privada, ontem, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, parecem se enquadrar nessa máxima.

Segundo notícias veiculadas hoje, a ABEAR solicitou à Infraero, no dia 29 de setembro, a implantação de restrições para operações de aeronaves privadas em Congonhas, alegando que "restrição de aeronaves de pequeno porte na pista principal, principalmente em horários de pico, é uma "preocupação antiga" da entidade". 

É um fato que o incidente de ontem provocou repercussões para passageiros, empresas aéreas e dezenas de outros operadores privados que usam regularmente o aeroporto do centro de São Paulo. 

Infelizmente, por razões a serem ainda averiguadas, a liberação das operações em Congonhas demorou várias horas. Essa demora provocou inúmeros cancelamentos e problemas nas malhas aéreas. O incidente em si, apesar da gravidade, felizmente, não causou maiores consequências para os tripulantes e passageiros da aeronave envolvida, o que por si só prova que a operação é segura.

O fato é que os dois maiores e mais recentes acidentes ocorridos em Congonhas envolveram aeronaves de grande porte, de empresas aéreas. O que se viu nos dias seguintes daqueles acidentes terríveis foram opiniões de leigos, ignorantes em matéria operacional, pedindo a interrupção dos voos em Congonhas. Na época, toda a aviação - empresas aéreas, taxis aéreos e operadores privados - se uniu para demonstrar que, apesar dos acidentes e das suas consequências graves, as operações eram seguras e deveriam ser mantidas. 

Como ocorre em situações com grande apelo junto a opinião pública, ignorantes no assunto e demagogos surgem com opiniões estapafúrdias. Logicamente essas opiniões, sem conexão com a realidade, acabam se mostrando infundadas e não resultam em nada além de confusão.

Curiosamente, agora, ao que parece, a ABEAR surge com a mesma ideia que os leigos tiveram na época de acidentes com aeronaves da aviação comercial em Congonhas.

Das duas, uma: ou a ABEAR tem algum outro interesse que não tem nada a ver com segurança (os dados mostram que a aviação privada não apresenta qualquer risco adicional às operações em Congonhas), ou quem fala pela ABEAR não entende absolutamente nada da operação aérea e está somente emitindo opiniões leigas.

"As operações em Congonhas são extremamente seguras, para todas as aeronaves que lá operam, sejam da aviação comercial, de taxi aéreo ou particular. Os dados falam por si só: os grandes acidentes que ocorreram em Congonhas envolveram aeronaves da aviação comercial e em nenhum momento técnicos em segurança recomendaram a proibição de operações de aeronaves comerciais, de maior porte, no aeroporto. Esse tipo de opinião, se for verdadeira, não tem nada a ver com segurança, mas podem ter a ver com outros interesses, como o lobby por slots em Congonhas. Quem defende esse lobby deveria expor seus argumentos com transparência, fatos e dados, não com especulações que não guardam qualquer vínculo com a realidade. Aeroportos centrais do mundo inteiro harmonizam muito bem e com máxima segurança as operações da aviação comercial com as da aviação geral. Não há nenhum motivo para o mesmo não ocorrer no Brasil, como sempre ocorreu. Essa opinião da ABEAR, se for mesmo verdadeira, é no mínimo imprecisa", avalia Humberto Branco, presidente da AOPA Brasil.

Advogar em desfavor de um segmento da aviação é advogar contra a aviação como um todo. Associações sérias, que verdadeiramente trabalham pelo setor como um todo, não deveriam ser fontes de especulação, mas de opiniões técnicas de qualidade, que deem segurança à sociedade, não o contrário.




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