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NotíciasAVGAS: Brasil precisa executar um plano de suprimento04/09/2021

Em 2020 a aviação brasileira viveu momentos inéditos e surreais: lotes inteiros de AVGAs importados pela Petrobras com qualidade notoriamente duvidosa, paralisaram por duas vezes as operações da 2ª maior frota de aviação geral do mundo. Prejuízos foram causados a centenas de operadores que arcaram com reparos em tanques de combustíveis e sistemas de alimentação.

A Petrobras e todos os distribuidores saíram ilesos, com a cobertura da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Inquérito ainda avança no âmbito da Justiça Federal, motivado por representação feita pela AOPA Brasil junto ao Ministério Público Federal.

Porém, com laudos que certificam a qualidade de produto sem qualidade, emitidos pela ANP, a chance dos responsáveis ficarem impunes é grande.

Não bastasse essa situação, em 2021 observa-se aumento descontrolado dos preços. O litro do AVGAs é encontrado a mais de R$ 15,00 em algumas localidades. A escassez do produto é sentida no dia-a-dia e distribuidores, ao longo dos últimos anos, saíram de centenas de aeroportos, deixando a frota cada vez menos atendida.

"Os problemas dessa cadeia de distribuição de AVGAs são óbvios. Falta produto, faltam postos de abastecimento, o produto tem qualidade duvidosa e os preços estão fora de controle. Se o governo, especificamente o Ministério da Infraestrutura, a ANAC e a ANP não sentarem juntos com os operadores de aviação para criar soluções, as chances de resolução são pequenas e o cenário ruim", afirma Humberto Branco, presidente da AOPA Brasil.

Difícil crer que não haja viabilidade num negócio que envolve mais de 12 mil aeronaves. O que não funciona mais é o sistema de distribuição usado nos últimos 40, 50 anos. Em Julho, a General Aviation Modifications Inc. (GAMI) anunciou dois certificados suplementares de tipo (os chamados STCs) para que alguns modelos de motores Lycoming e alguns modelos Cessna pudessem passar a utilizar Gasolina 100UL, sem chumbo. Ou seja, há soluções.

"Esse assunto precisa se tornar uma agenda relevante de quem tem a caneta nas mãos: a SAC, a ANAC e a ANP. Precisamos testar a massificação de tanques próprios, distribuição direta entre distribuidores e operadores, proibição de cartéis em aeroportos e viabilizar a vinda de Gasolina de Aviação sem Chumbo para o Brasil", aponta Humberto.




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