Notícias

NotíciasANP divulga comunicado sobre gasolina de aviação17/08/2020

A Agência Nacional do Petróleo – ANP divulgou nota na tarde de hoje (Nota ANP de 17/08/2020), atualizando dados sobre as investigações, ainda em andamento, a respeito da importação e comercialização de AVGAS com defeitos de fabricação, ocorridas em julho.

A cuidadosa leitura da nota da ANP, porém, provoca mais perguntas do que oferece respostas à comunidade aeronáutica.

Alguns questionamentos que a AOPA Brasil terá a oportunidade de fazer formalmente não só à ANP como à ANAC, aos Ministérios da Infraestrutura e de Minas e Energia, bem como à Petrobras, seus distribuidores e fornecedor, são:

1) Por que a Petrobras sempre produziu sua gasolina com 13 - 14% de teores de compostos aromáticos?

2) Se a Petrobras sempre produziu AVGAS com mais de 13 - 14% de teores de compostos aromáticos, por que admitiu comprar de alguém o "mesmo" produto, com menos de 2%?

3) Se o produto estava “dentro das especificações”, por que decidiu tirar todo o estoque remanescente do mercado?

4) A Petrobras informou que conhecia registros, em literatura técnica, que apontava potenciais efeitos de AVGAS com baixos teores de aromáticos sobre elastômeros. A AOPA Brasil também possui literatura que dá conta das consequências de baixos teores de compostos aromáticos em elastômeros. A Petrobras informará especificamente a qual literatura se referiu? A ANP tem acesso a esse mesmo conhecimento?

5) Em termos práticos, se a Petrobras voltasse a produzir AVGAS no Brasil, o faria com teores de compostos aromáticos inferiores a 2%, como do seu fornecedor estrangeiro? A ANP permitiria que AVGAS com baixos teores de aromáticos fosse produzido e comercializado? O que a ANAC diria a respeito?

6) Mesmo não sendo a densidade um requisito formal no Brasil, por que a Petrobras recomendou que os clientes observassem densidade mínima de 701 kg/m3 após o recolhimento do estoque defeituoso, como um parâmetro indireto de qualidade e segurança?

7) A Petrobras e a ANP sabem que, desde os primórdios da aviação e em todas as especificações de outras petroleiras e manuais de aeronaves, usa-se a convenção ou padrão ouro de 715 a 720 kg/m3 de densidade para o AVGAS?

8) Por que a ANP definiu, para sua "nova gasolina automotiva", a densidade mínima específica de 715 kg/m3? Se densidade não fosse importante, por que se tornou recentemente requisito de qualidade para gasolina automotiva e  por que não esperar parâmetros novos também para gasolina de aviação?

9) Se a ANP, em sua Nota, caracteriza, agora, como "regular", a distribuição de AVGAS com parâmetros históricos usuais de compostos aromáticos, então pode-se dizer que a distribuição da AVGAS retirada do mercado era irregular?

10) Muito dinheiro já foi gasto até agora, por conta de proprietários de aeronaves, que tiveram que inspecionar ou reparar suas aeronaves. Não seria o caso das empresas envolvidas nesse episódio, que pelo menos em propaganda declaram compromisso com o consumidor, procura-los para encontrar formas de ressarci-los dos prejuízos já causados, antes que o inverso ocorra?

O Brasil ainda está passando por um processo – longo – de melhoria nas relações de consumo e de respeito ao cidadão. Certamente esse episódio traz a oportunidade de aprimorar as relações de consumo estabelecidas entre a comunidade aeronáutica, a Petrobras, seu fornecedor, todos os distribuidores e revendedores de combustível para aviação no Brasil.

Mas, para esse processo ser mais maduro e acelerado, mais clareza e objetividade poderiam estar sendo colocadas em prática por quem fabricou, importou e distribuiu a AVGAS que notoriamente causou danos a centenas de aeronaves, em todo o Brasil, praticamente ao mesmo tempo. 

Acima de tudo, a confiança no combustível que usamos precisa ser restabelecida. E isso passa pelas atitudes da Petrobras, do seu fornecedor e dos seus distribuidores, ainda mais diante de um problema que só não causou danos ainda maiores e catastróficos por causa da precaução de milhares de pilotos e proprietários de aeronaves da aviação geral, de todo o Brasil.

Clique abaixo e tenha acesso a comunicado enviado pela AOPA Brasil à ANP.



Download PDF

Dúvidas ou sugestões? Nos escreva!










fale conosco

(11) 97237.3877

(11) 97237.3877