NotíciasAOPA Brasil dá o recado no Conselho da ANAC: a Aviação Geral brasileira está acabando.13/06/2019
Ocorreu hoje na sede da ANAC, em Brasilia-DF, a 37ª Reunião do Conselho Consultivo da Agência, do qual a AOPA Brasil participa desde sua fundação.
Fábio Freitas, diretor de aeronavegabilidade da AOPA Brasil e membro titular do Conselho, apresentou o quadro geral da aviação geral brasileira para a ANAC e demais membros do conselho presentes no encontro: "A aviação geral brasileira está literalmente acabando: sem acesso a aeroportos, custos exorbitantes e regulação sem sentido, estamos matando o setor".
Fábio Freitas demonstrou, com informações incontestáveis, o resultado do desastre do segmento, depois de tantos anos de incompetência na sua administração:
- Somos mais de 95% da frota brasileira de aeronaves e ligamos os mais de 2.500 aeródromos do país que só possui 124 destinos atendidos por companhias aéreas regulares;
- De 2013 para cá, o consumo anual de AVGAs (que alimenta praticamente toda a frota da aviação geral) caiu quase 60%;
- O movimento da aviação geral nos aeroportos Infraero caiu 33% em 5 anos e continua caindo, em 2019;
- De 2012 a 2018 o Brasil emitiu 42% menos licenças de profissionais da aviação, o que não deixa dúvida sobre o abandono da aviação geral, celeiro da indústria;
Nessa situação, os resultados não poderiam ser diferentes: todo o setor está em colapso. Oficinas sendo fechadas, escolas e aeroclubes abandonados e falidos, a distribuição de combustível prejudicada, venda, exportação e sucateamento de aeronaves, pátios de aeroportos vazios e o setor como um todo nada atrativo para novos investimentos.
A AOPA Brasil tem trabalhado para remediar problemas graves que são urgentes, assim como tem buscado integrar esforços para reverter o quadro do segmento, promovendo novos modelos tarifários para aeroportos, buscando reduzir o peso de regras exageradas e desnecessárias sobre as atividades, aumentando a segurança.
Mas como em todos os lugares que levam a aviação a sério, nutrir o celeiro de toda a indústria precisa ser uma atividade com compromisso de todos, de dentro do segmento, da indústria e do governo. Qualquer economia forte depende de uma aviação forte. E só há aviação forte quando sua base, a aviação geral, está funcionando com saúde. O que não é a realidade do Brasil, hoje.
Passou da hora do novo governo mostrar a que veio e implementar ações que façam com que nosso setor retome a capacidade que já teve há 10, 15, 20, 30 anos.
Clique no link e baixe cópia da apresentação de hoje, realizada no Conselho de ANAC.
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